Angolanos estão a enviar cada vez menos dinheiro lá fora, com as transferências a cairem 58,8% só no segundo trimestre.
Crise financeira, desemprego e aumento do custo de vida em Angola está a obrigar familias a cortarem no volume de dinheiro que mandam às familias no exterior. Portugal, como sempre, continua a liderar grupo países em que angolanos enviam mais dinheiro.
Dário do Leste
As remessas e outras transferências pessoais enviadas para o resto do mundo reduziram, no segundo trimestre deste ano, 33,2% para apenas 126,5 milhões de dólares, o que espelha a quebra do poder financeiro dos angolanos devido à crise financeira e ao alto custo de vida que se faz sentir no páis, indica o Relatório sobre as Remessas e Outras Transferências Pessoais, do Banco Nacional de Angola (BNA).
Se no segundo trimestre os angolanos só enviaram 126,5 milhões de dólares para fora, no primeiro, ainda com alguma força, as familias despacharam para o exterior 189,38 milhões de dólares.
O breve relatório não apresenta as razões da quebra do apetite das das familias angolanas e outros no envio de dinheiro para o exterior, mas o actual ambiente económico, de forte queda na riqueza nacional bruta, ajuda a explicar o fenómeno.
Só para se ter uma ideia, e isso ajuda a explicar os efeitos da crise e o porquê de os angolanos estarem a cortar nos dinheiros que enviam a parentes lá fora.
As Reservas Internacionais Líquidas angolanas (RIL) deslizaram, de Janeiro a 5 de Julho deste ano, 6% e estiveram situadas, no período, nos 13.625,39 milhões de dólares, pressionada pela crise económica e social por que passa o país, que já está a forçar o Executivo a ‘piscar os olhos’, mais cedo, aos mercados de dívida internacional.
Quanto aos destinos das remessas, Portugal, Vietname e China lideram a lista dos que mais recebem dinheiros com origem em bancos angolanos. Os três países que lideram a lista dos principais países de destino das remessas provenientes de Angola, concentram, por exemplo, cerca de 84,4% das remessas e outras transferências pessoais enviados pelos residentes, dos quais 67,5% do valor foi para Portugal, 10,2% para o Vietname e 6,7% para China.
Entretanto, no mesmo período em análise, as remessas e outras transferências pessoais recebidas do resto do mundo registaram uma contracção de 58,6% ao atingir o valor de 1,6 milhões de dólares, contra 3,81 milhões registados no trimestre anterior e uma diminuição de 54,4% em relação aos 3,5 milhões de dólares registados no período homólogo.
Ou seja, além do baixo volume de dólares ou outras moedas que saem para Luanda, há também pouco dinheiro a entrar.
Os relatórios também não explicam as causas da queda do dinheiro que vem de forma para Angola. Entretanto, analistas ouvidos pelo Kieto Economia acreditam que poderá estar realacionado com a crise global, caracterizada pelo arrefecimento das actividades das indústrias petrolíderas e áreas conexas.
Ainda segundo o Resumo de Migração e Desenvolvimento citado no relatório do BNA, em 2023 espera-se que o crescimento das remessas para os países de baixa e média renda (LMICs) caia para 1,4%, (USD 656,0 mil milhões), devido à desaceleração do crescimento económico nos principais países de origem.
Assim, e devido a esses efeitos, estima-se que a taxa de crescimento das remessas para a África Subsaariana seja de 1,3%.
Angolanos estão a enviar cada vez menos dinheiro lá fora, com as transferências a cairem 58,8% só no segundo trimestre
Crise financeira, desemprego e aumento do custo de vida em Angola está a obrigar familias a cortarem no volume de dinheiro que mandam às familias no exterior. Portugal, como sempre, continua a liderar grupo países em que angolanos enviam mais dinheiro.
Dário do Leste
As remessas e outras transferências pessoais enviadas para o resto do mundo reduziram, no segundo trimestre deste ano, 33,2% para apenas 126,5 milhões de dólares, o que espelha a quebra do poder financeiro dos angolanos devido à crise financeira e ao alto custo de vida que se faz sentir no páis, indica o Relatório sobre as Remessas e Outras Transferências Pessoais, do Banco Nacional de Angola (BNA).
Se no segundo trimestre os angolanos só enviaram 126,5 milhões de dólares para fora, no primeiro, ainda com alguma força, as familias despacharam para o exterior 189,38 milhões de dólares.
O breve relatório não apresenta as razões da quebra do apetite das das familias angolanas e outros no envio de dinheiro para o exterior, mas o actual ambiente económico, de forte queda na riqueza nacional bruta, ajuda a explicar o fenómeno.
Só para se ter uma ideia, e isso ajuda a explicar os efeitos da crise e o porquê de os angolanos estarem a cortar nos dinheiros que enviam a parentes lá fora.
As Reservas Internacionais Líquidas angolanas (RIL) deslizaram, de Janeiro a 5 de Julho deste ano, 6% e estiveram situadas, no período, nos 13.625,39 milhões de dólares, pressionada pela crise económica e social por que passa o país, que já está a forçar o Executivo a ‘piscar os olhos’, mais cedo, aos mercados de dívida internacional.
Quanto aos destinos das remessas, Portugal, Vietname e China lideram a lista dos que mais recebem dinheiros com origem em bancos angolanos. Os três países que lideram a lista dos principais países de destino das remessas provenientes de Angola, concentram, por exemplo, cerca de 84,4% das remessas e outras transferências pessoais enviados pelos residentes, dos quais 67,5% do valor foi para Portugal, 10,2% para o Vietname e 6,7% para China.
Entretanto, no mesmo período em análise, as remessas e outras transferências pessoais recebidas do resto do mundo registaram uma contracção de 58,6% ao atingir o valor de 1,6 milhões de dólares, contra 3,81 milhões registados no trimestre anterior e uma diminuição de 54,4% em relação aos 3,5 milhões de dólares registados no período homólogo.
Ou seja, além do baixo volume de dólares ou outras moedas que saem para Luanda, há também pouco dinheiro a entrar.
Os relatórios também não explicam as causas da queda do dinheiro que vem de forma para Angola. Entretanto, analistas ouvidos pelo Kieto Economia acreditam que poderá estar realacionado com a crise global, caracterizada pelo arrefecimento das actividades das indústrias petrolíderas e áreas conexas.
Ainda segundo o Resumo de Migração e Desenvolvimento citado no relatório do BNA, em 2023 espera-se que o crescimento das remessas para os países de baixa e média renda (LMICs) caia para 1,4%, (USD 656,0 mil milhões), devido à desaceleração do crescimento económico nos principais países de origem.
Assim, e devido a esses efeitos, estima-se que a taxa de crescimento das remessas para a África Subsaariana seja de 1,3%.
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