Transferir dinheiro nos feriados e fim-de-semana pode levar de 24h a quase quatro dias.
Bancos comerciais insistem em ‘violar’ medida do BNA sobre transferências bancárias em 24 horas ao fim-de-semana. Quando se esperava que as famílias e empresas passariam a ter seus fundos transferidos de contas de bancos diferentes em apenas 24 horas ou menos tempo, o quadro retrocedeu, com os bancos comerciais a executarem, por exemplo, as ordens de transferências num tempo que pode ir até 72 horas.
Vários bancos comerciais autorizados a operar em Angola continuam a violar a regra do Banco Nacional de Angola (BNA) que prevê que as transferências realizadas nas Sextas-feiras ou aos finais de semana compensem nas contas dos respectivos beneficiários no dia imediatamente a seguir. Nos dias que correm, fazer uma transferência no fim-de-semana ou num dia de feriado prolongado pode custar ao beneficiário da operação um tempo de espera que pode ir até quatro dias, apurou o Kieto Economia de várias reclamações de clientes particulares e empresas de quatro grandes bancos.
Prevista pelo Aviso n.º16/2022, sobre o Mecanismo de Assistência de Liquidez no Sistema de Pagamentos em Tempo Real, a norma do banco central determina que as compensações das transferências interbancárias se reflictam também aos finais de semana, ainda que sejam realizadas entre contas de bancos diferentes. Entretanto, passado mais de seis meses, um largo número de bancos continua a mandar tudo para segunda-feira, atrasando a vida das famílias e das empresas.
De acordo com vários comprovativos em nossa posse, um dos quais de uma transferência com origem no Banco Angolano de Investimento (BAI) para o BFA, os bancos continuam a arrastar as compensações das transferências feitas na Sexta-feira para a semana seguinte, um caso que, segundo contam os agentes económicos, tem criado vários transtornos na vida das pessoas e até de homens de negócios.
A crise agrava-se quando estas transferências são realizadas nas semanas ou dias que antecedem a um feriado prolongado. Por exemplo, na semana do feriado de 23 de Março, efeméride sobre o dia da libertação da África Austral, várias eram as pessoas que endereçaram à redacção Kieto Economia queixas de atrasos nas transferências que tinham sido realizadas na Quarta-feira.
“As pessoas já nem sabem se é preguiça dos funcionários dos bancos, ou se os técnicos quando saem do trabalho, desligam tudo e só voltam a ligar na Segunda-feira ou na Terça. Estão demais esses atrasos”, desabafou uma estudante do quarto ano do curso de comunicação de uma das universidades públicas de Angola.
Segundo se pôde constatar, as pessoas que tinham de receber esses valores tiveram de esperar quase cinco dias para verem os fundos compensados nas respectivas contas bancárias.
O jornal Kieto Economia sabe de suas fontes bem posicionadas na administração dos principais bancos comerciais angolanos que, parte do problema, poderá ser o facto de boa parte dos bancos ainda não se terem adaptado à norma, já que esse mecanismo de assistência de liquidez depende dos fundos que os bancos têm na conta de garantia para essas operações. "Quando um banco não tiver dinheiro na conta, o banco central cobre, mas, depois este banco paga sob forma de empréstimos que deverão ser pagos à taxa da facilidade de cedência de liquidez. Alguns bancos ainda não interiorizam isso, ou não querem mesmo entrar nesse jogo do BNA", explicou uma fonte do Banco de Fomento Angola, no que é acompanhada por outras fontes do BAI, BIC e BIR.
O Kieto Economia, mais uma vez, contactou o gabinete de comunicação institucional do BNA, a solicitar esclarecimentos das recorrentes violações à norma, mas, como quase sempre, aquele organismo que tem de velar pela aplicação e pelo cumprimento dos avisos que ele mesmo produz se manteve no silêncio até ao fecho deste artigo.
Entretanto, citado pelo jornal Expansão, vice-governador do BNA Rui Minguês tinha garantido, em finais de Novembro, não ter chegado ainda ao conhecimento do regulador falhas do também designado serviço SPTR 24/7. "Nós, neste momento, não temos essa notícia. Ficaremos muito agradecidos se nos puderem comunicar quando elas ocorrem. Mas vamos verificar o que é que se está a passar (...)", garantiu o responsável.
Transferir dinheiro nos feriados e fim-de-semana pode levar de 24h a quase quatro dias
Bancos comerciais insistem em ‘violar’ medida do BNA sobre transferências bancárias em 24 horas ao fim-de-semana. Quando se esperava que as famílias e empresas passariam a ter seus fundos transferidos de contas de bancos diferentes em apenas 24 horas ou menos tempo, o quadro retrocedeu, com os bancos comerciais a executarem, por exemplo, as ordens de transferências num tempo que pode ir até 72 horas.
Vários bancos comerciais autorizados a operar em Angola continuam a violar a regra do Banco Nacional de Angola (BNA) que prevê que as transferências realizadas nas Sextas-feiras ou aos finais de semana compensem nas contas dos respectivos beneficiários no dia imediatamente a seguir. Nos dias que correm, fazer uma transferência no fim-de-semana ou num dia de feriado prolongado pode custar ao beneficiário da operação um tempo de espera que pode ir até quatro dias, apurou o Kieto Economia de várias reclamações de clientes particulares e empresas de quatro grandes bancos.
Prevista pelo Aviso n.º16/2022, sobre o Mecanismo de Assistência de Liquidez no Sistema de Pagamentos em Tempo Real, a norma do banco central determina que as compensações das transferências interbancárias se reflictam também aos finais de semana, ainda que sejam realizadas entre contas de bancos diferentes. Entretanto, passado mais de seis meses, um largo número de bancos continua a mandar tudo para segunda-feira, atrasando a vida das famílias e das empresas.
De acordo com vários comprovativos em nossa posse, um dos quais de uma transferência com origem no Banco Angolano de Investimento (BAI) para o BFA, os bancos continuam a arrastar as compensações das transferências feitas na Sexta-feira para a semana seguinte, um caso que, segundo contam os agentes económicos, tem criado vários transtornos na vida das pessoas e até de homens de negócios.
A crise agrava-se quando estas transferências são realizadas nas semanas ou dias que antecedem a um feriado prolongado. Por exemplo, na semana do feriado de 23 de Março, efeméride sobre o dia da libertação da África Austral, várias eram as pessoas que endereçaram à redacção Kieto Economia queixas de atrasos nas transferências que tinham sido realizadas na Quarta-feira.
“As pessoas já nem sabem se é preguiça dos funcionários dos bancos, ou se os técnicos quando saem do trabalho, desligam tudo e só voltam a ligar na Segunda-feira ou na Terça. Estão demais esses atrasos”, desabafou uma estudante do quarto ano do curso de comunicação de uma das universidades públicas de Angola.
Segundo se pôde constatar, as pessoas que tinham de receber esses valores tiveram de esperar quase cinco dias para verem os fundos compensados nas respectivas contas bancárias.
O jornal Kieto Economia sabe de suas fontes bem posicionadas na administração dos principais bancos comerciais angolanos que, parte do problema, poderá ser o facto de boa parte dos bancos ainda não se terem adaptado à norma, já que esse mecanismo de assistência de liquidez depende dos fundos que os bancos têm na conta de garantia para essas operações. "Quando um banco não tiver dinheiro na conta, o banco central cobre, mas, depois este banco paga sob forma de empréstimos que deverão ser pagos à taxa da facilidade de cedência de liquidez. Alguns bancos ainda não interiorizam isso, ou não querem mesmo entrar nesse jogo do BNA", explicou uma fonte do Banco de Fomento Angola, no que é acompanhada por outras fontes do BAI, BIC e BIR.
O Kieto Economia, mais uma vez, contactou o gabinete de comunicação institucional do BNA, a solicitar esclarecimentos das recorrentes violações à norma, mas, como quase sempre, aquele organismo que tem de velar pela aplicação e pelo cumprimento dos avisos que ele mesmo produz se manteve no silêncio até ao fecho deste artigo.
Entretanto, citado pelo jornal Expansão, vice-governador do BNA Rui Minguês tinha garantido, em finais de Novembro, não ter chegado ainda ao conhecimento do regulador falhas do também designado serviço SPTR 24/7. "Nós, neste momento, não temos essa notícia. Ficaremos muito agradecidos se nos puderem comunicar quando elas ocorrem. Mas vamos verificar o que é que se está a passar (...)", garantiu o responsável.
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