Banco Valor de Álvaro Sobrinho não para de lucrar e fecha Iº semestre deste ano com 2 mil milhões Kz.

Amigo do Presidente da República, Álvaro Sobrinho continua a ser dos banqueiros angolanos que encaixa lucros das suas aplicações no sistema financeiro. Com o seu banco VALOR, onde detém a maioria do capital, 45,121% que é representado pelos filhos, Sobrinho teve mais do que dois mil milhões em resultados líquidos no período. Activos disparam 27% face ao primeiro semestre de 2022.

As contas de balanço do Banco Valor encerraram os primeiros seis meses deste ano com resultados líquidos de 2,06 mil milhões de Kwanzas, um salto de mais de 60% face às contas registadas em todo primeiro semestre de 2022, quando a contabilidade da instituição bancária inscreveu apenas 1,2 mil milhões Kz, de acordo com cálculos do Kieto Economia, com base nos balancetes da entidade. 

Este valor é justificado pelas margens financeiras fruto das operações de crédito e de compra de títulos ao Estado, opção de negócio que muito tem ajudado as instituições bancárias angolanas, que têm reduzido o crédito tradicional nas intermediações financeiras ao mercado. 

Detido em quase 80% por Álvaro Sobrinho – representado na estrutura de capital pelos filhos, Gonçalo Afonso Dias Madaleno (45,121%) e Ana Seixas Afonso Dias Madaleno (34,547%) – , o banco teve ainda registos de crescimento de outras rubricas do balancete, como é o caso dos activos, que, de Janeiro a Junho do ano corrente, avançaram 27,4% face a igual período de 2022.
O crédito, das rubricas mais importantes do balanço dos bancos, foi o que mais cresceu. De Janeiro a Junho deste ano, registou um substancial crescimento de perto de 200%, precisamente 198,4% para 8,5 mil milhões de Kwanzas, boa parte deles saídos ao abrigo dos Avisos do Banco Nacional de Angola (BNA), que mandam as instituições bancárias a libertarem parte dos seus activos para financiamento à economia real.

Quando no primeiro semestre de 2022 o Banco Valor só tinha 2,8 mil milhões de Kwanzas no stock de crédito, nos primeiros seis meses deste ano, as contas sofrem um upgrade e o banco vê o seu volume de crédito a 'bater' nos 8,5 mil milhões de Kwanzas. 
Também houve crescimento nos depósitos de clientes. Se no primeiro semestre de 2022 os depósitos ou recursos de clientes se fixaram nos 37,3 mil milhões de Kwanzas, este ano, precisamente, nos primeiros seis meses, as contas ‘batiam’ nos 49,1 mil milhões de kwanzas.