Banco Económico já perdeu 7% dos colaboradores só entre 2020 e 2021.
Conselho de administração não diz, no balanço de 2021, em que circunstâncias é que os mais de 60 trabalhadores deixaram o banco, nem o que terá motivado essa queda no número do pessoal. Fontes da gestão garantem que número ascende a mais de 100 colaboradores que preferiram abandonar o ex-BESA. Novo programa anuncia mais despedimentos.
Um
total de 66 colaboradores, que representa 7% do total de empregados do Banco Económico, já abandonaram a instituição entre 2020 e 2021, de acordo com o relatório e contas da entidade que analisa as operações da entidade no período.
No balanço, o conselho de admninistração não justifica as razões da queda no número de trabalhadores do banco, nem as condições em que esse grupo saiu daquela instituição que se fundou das ‘cinzas’ do extinto Banco Espírito Santo (BESA). De forma lacónica, o ‘board’ reconhece apenas que 48,9% dos seus quadros eram licenciados naquele período.
“Em 2021, existiu uma diminuição de 6,5% do número de colaboradores do Banco, tendo sido registado um total de 924 colaboradores no final do ano. Adicionalmente, fica evidente a aposta do Banco Económico na qualificação e capacitação do seu capital humano, na medida em que 48,9% possuem uma licenciatura”, lê-se no relatório.
Entretanto, ao Kieto Economia várias fontes do Banco Económico, entre as quais colaboradores afectos no processo e membros da administração, revelaram que “boa parte dos quadros que já deixaram a entidade fizeram-no por não terem esperança na recuperação do banco”. Aliás, o total de colaboradores que já largaram o banco e optaram por outras instituições do mercado bancário ascende a mais de 100, como descreveu, preocupado, um alto quadro daquela instituição.
De despedimentos não é tudo. Um novo programa de redimensionamento do banco, anunciado recentemente, prevê atirar para o desemprego mais um grupo de trabalhadores, um número que também poderá chegar às centenas. Tudo isto surge depois que, na sequência do abandono dos anteriores accionistas, o BNA ter sugerido à instituição, em 2022, a elaboração de um Plano de Recapitalização e Reestruturação (PRR), situação que terá forçado o BE a “uma redução muito significativa dos custos para níveis mais sustentáveis”.
Os técnicos de base não são os únicos que estão a sair do banco. Recém-indicado para levar os destinos do Banco Económico, Carlos Duarte, que ocupava a pasta de PCE da organização também apresentou a sua demissão, situação que deixou o banco ainda mais vulnerável e com seus problemas internos expostos na media.
Até finais de Dezembro do ano passado, não se sabia como o banco geriu os recursos dos seus clientes, nem como aplicou o investimento dos seus acciomistas, já que não tem nenhum balancete publicado refeente as actividades do ano passado, violando, mais uma vez, as normas impostas pelo regulador angolano.