FMI incentiva a rede Bancaria a subir as taxas de juro para mitigar a inflação.

O Fundo Monetário Internacional afirmou, terça-feira, a necessidade dos Bancos europeus aumentarem as taxas de juro visando mitigar a inflação que, actualmente, enferma a economia Europeia.

Em declarações a Imprensa, no acto da abertura do Fórum do Banco Central Europeu, a Vice-Directora- Geral do FMI, Gita Gopinath disse que as políticas monetárias se tornaram “refém” da inflação.

O Fórum que decorreu sob o lema” A estabilidade macroeconómica num contexto de inflação volátil”, a economista frisou que, os bancos centrais, incluindo o Banco Central Europeu têm de se manter empenhados em combater a inflação.

No seguimento, deu a conhecer que, independentemente, dos riscos de um crescimento económico mais fraco, as instituições financeiras devem faze-la com alguma urgência, sobretudo, os que registam as componentes mais voláteis, nomeadamente, a energia que diminuiu significativa.

Gita Gopinath entende que os Bancos devem estar “vigilantes" e não devem cair na tentação de “abrandar prematuramente” o ciclo de aperto monetário, que visa tornar o dinheiro cada vez mais caro para empresas e famílias.

Mas, admitiu que para “evitar stress sistémico” financeiro, os bancos centrais podem “tolerar um regresso um pouco mais lento ao objectivo da inflação” moderando as subidas das referidas taxas de juros.

Aquela responsável, acrescentou que, a meta da política monetária é na verdade desincentivar qualquer tentativa de “sobreaquecer” às economias por parte dos governos e, para isso, é preciso que a política monetária permaneça em território restritivo até que a inflação subjacente esteja num caminho claramente descendente.

Considerou que os bancos devem resistir às esperanças de desinflação que os mercados “particularmente otimistas” têm difundido, pois que, as expectativas optimistas colidem com a realidade de uma inflação que se tem mostrado “persistente” e com riscos reais de pressões para mais no futuro.

 No seu discurso, apelou para factores inflacionistas por via de novos choques na oferta, nas cadeias de fornecimento de matérias-primas e outros produtos, tal como se assistiu na pandemia e no inicio da invasão russa da Ucrânia, devido ao protecionismo crescente e aos riscos de fragmentação geoeconómica.

Tudo isto, salientou, por causa das rivalidades geopolíticas, da própria dinâmica da transição climática e até mesmo da pressão altista nos salários por parte das empresas que aproveitam o momento para engordar lucros.

O BCE  e os outros bancos em situação similar, aconselhou ao dever de estarem preparados para reagir com determinação para conter pressões inflacionistas ascendentes face à evidência de que a inflação é mais persistente, mesmo que isso signifique muito mais arrefecimento do mercado de trabalho.

O certame conta com sessões de debates sobre um painel de discussão “face-a-face” juntando a Lagarde com o Presidente da Reserva Federal norte-americana (Fed, Jerome Powell, governador do Banco de Inglaterra (BoE) Andrew Bailey e o governador do Banco do Japão, Kazuo Ueda.

O Fórum que termina hoje, quarta-feira, vai concentrar painel de fecho com as atenções a ter em conta que o BCE e o BoE decidiram em Junho, prosseguir o ciclo de subida de juros, enquanto que, a Fed optou por uma pausa e o Banco Central nipónico manterá uma taxa negativa, por sinal, o único caso actual no mundo desde 2016.

Portanto, o evento acolhe 12 presidentes e governadores de bancos centrais fora do sistema do euro, com destaque da presença do Presidente da FED, Jerome Powell, que na última reunião de política monetária optou por uma pausa da qual, os mercados anteveem como pontual bem como, os responsáveis do Banco de Inglaterra, Canadá, que subiram as taxas na reunião do mês em curso.

No conclave se encontram, igualmente, os responsáveis dos Bancos centrais da África do Sul, Bulgária, Dinamarca, Islândia e Noruega, enquanto, os do México, Suiça e Roménia participam em online.

A nível de vice-governadores estão presentes o Banco Central do Brasil, que mantém os juros inalterados desde agosto do ano passado (2022) e o Sveriges Riksbank da Suécia.

A reunião acontece pela primeira vez com 20 bancos nacionais do sistema do euro que se fizeram presentes depois da integração da Croácia aderindo ao  Euro desde janeiro do corrente ano.

O Fórum anual em Sintra iniciou-se em 2014 por iniciativa de Mario Draghi, então presidente do BCE, e Vitor Constâncio, seu vice-presidente e ex-governador do Banco de Portugal.

Fonte: expresso.pt

FMI incentiva a rede Bancaria a subir as taxas de juro para mitigar a inflação

O Fundo Monetário Internacional afirmou, terça-feira, a necessidade dos Bancos europeus aumentarem as taxas de juro visando mitigar a inflação que, actualmente, enferma a economia Europeia.

Jun 28, 2023 - 12:51
Última atualização   - 12:53
FMI incentiva a rede Bancaria a subir as taxas de juro para mitigar a inflação
© Fotografia por: DR
FMI incentiva a rede Bancaria a subir as taxas de juro para mitigar a inflação

Em declarações a Imprensa, no acto da abertura do Fórum do Banco Central Europeu, a Vice-Directora- Geral do FMI, Gita Gopinath disse que as políticas monetárias se tornaram “refém” da inflação.

O Fórum que decorreu sob o lema” A estabilidade macroeconómica num contexto de inflação volátil”, a economista frisou que, os bancos centrais, incluindo o Banco Central Europeu têm de se manter empenhados em combater a inflação.

No seguimento, deu a conhecer que, independentemente, dos riscos de um crescimento económico mais fraco, as instituições financeiras devem faze-la com alguma urgência, sobretudo, os que registam as componentes mais voláteis, nomeadamente, a energia que diminuiu significativa.

Gita Gopinath entende que os Bancos devem estar “vigilantes" e não devem cair na tentação de “abrandar prematuramente” o ciclo de aperto monetário, que visa tornar o dinheiro cada vez mais caro para empresas e famílias.

Mas, admitiu que para “evitar stress sistémico” financeiro, os bancos centrais podem “tolerar um regresso um pouco mais lento ao objectivo da inflação” moderando as subidas das referidas taxas de juros.

Aquela responsável, acrescentou que, a meta da política monetária é na verdade desincentivar qualquer tentativa de “sobreaquecer” às economias por parte dos governos e, para isso, é preciso que a política monetária permaneça em território restritivo até que a inflação subjacente esteja num caminho claramente descendente.

Considerou que os bancos devem resistir às esperanças de desinflação que os mercados “particularmente otimistas” têm difundido, pois que, as expectativas optimistas colidem com a realidade de uma inflação que se tem mostrado “persistente” e com riscos reais de pressões para mais no futuro.

 No seu discurso, apelou para factores inflacionistas por via de novos choques na oferta, nas cadeias de fornecimento de matérias-primas e outros produtos, tal como se assistiu na pandemia e no inicio da invasão russa da Ucrânia, devido ao protecionismo crescente e aos riscos de fragmentação geoeconómica.

Tudo isto, salientou, por causa das rivalidades geopolíticas, da própria dinâmica da transição climática e até mesmo da pressão altista nos salários por parte das empresas que aproveitam o momento para engordar lucros.

O BCE  e os outros bancos em situação similar, aconselhou ao dever de estarem preparados para reagir com determinação para conter pressões inflacionistas ascendentes face à evidência de que a inflação é mais persistente, mesmo que isso signifique muito mais arrefecimento do mercado de trabalho.

O certame conta com sessões de debates sobre um painel de discussão “face-a-face” juntando a Lagarde com o Presidente da Reserva Federal norte-americana (Fed, Jerome Powell, governador do Banco de Inglaterra (BoE) Andrew Bailey e o governador do Banco do Japão, Kazuo Ueda.

O Fórum que termina hoje, quarta-feira, vai concentrar painel de fecho com as atenções a ter em conta que o BCE e o BoE decidiram em Junho, prosseguir o ciclo de subida de juros, enquanto que, a Fed optou por uma pausa e o Banco Central nipónico manterá uma taxa negativa, por sinal, o único caso actual no mundo desde 2016.

Portanto, o evento acolhe 12 presidentes e governadores de bancos centrais fora do sistema do euro, com destaque da presença do Presidente da FED, Jerome Powell, que na última reunião de política monetária optou por uma pausa da qual, os mercados anteveem como pontual bem como, os responsáveis do Banco de Inglaterra, Canadá, que subiram as taxas na reunião do mês em curso.

No conclave se encontram, igualmente, os responsáveis dos Bancos centrais da África do Sul, Bulgária, Dinamarca, Islândia e Noruega, enquanto, os do México, Suiça e Roménia participam em online.

A nível de vice-governadores estão presentes o Banco Central do Brasil, que mantém os juros inalterados desde agosto do ano passado (2022) e o Sveriges Riksbank da Suécia.

A reunião acontece pela primeira vez com 20 bancos nacionais do sistema do euro que se fizeram presentes depois da integração da Croácia aderindo ao  Euro desde janeiro do corrente ano.

O Fórum anual em Sintra iniciou-se em 2014 por iniciativa de Mario Draghi, então presidente do BCE, e Vitor Constâncio, seu vice-presidente e ex-governador do Banco de Portugal.

Fonte: expresso.pt

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