Incomoda situação financeira do Grupo zahara, declara falência técnica da corporação.

A privatização da rede de hipermercados Kero que agora faz parte do Sector Empresarial Público (SEP) levou o Grupo Zahara a falência técnica, apesar de já ter reduzido os prejuízos entre 2021 e 2022, segundo relatório e contas da corporação.

Com a privatização dos hipermercados Kero, o grupo ficou sem a principal fonte de rendimentos, estando este confinado à gestão dos imóveis e terrenos que possui e, está actualmente a renegociar junto dos bancos comerciais os termos e condições dos financiamentos contraídos anteriormente pelas empresas do grupo, visando a sua reestruturação.

De acordo com o relatório publicado pelo Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), o documento da conta que, com a desestatização da rede “Kero” a entidade mantém-se em falência técnica, ou seja, “ficou sem a principal fonte de rendimentos” uma vez que o seu capital passivo total é maior que o activo total, o que significa que possuí um capital próprio negativo de 77,2 mil milhões de kwanzas.

O capital próprio negativo passou de 65,8 mil milhões, em 2021, para 77,2 mil milhões em 2022, um agravamento que augura dias difíceis para a gestão do referido grupo empresarial, segundo observou o Kieto Economia no gráfico publicado pelo IGAPE.

Em 2021, os prejuízos rondaram os 18,6 mil milhões de kwanzas, enquanto o último exercício económico (2022) ficou marcado por uma redução dos prejuízos avaliados em 11,4 mil milhões de kwanzas.

A equipa de gestores no relatório financeiro anual, explica que para mitigar a dívida das empresas que fazem parte do Grupo Zahara, o conselho de administração decidiu encaminhar “as receitas financeiras provindas da taxa de gestão e exploração das lojas Kero, pagos pela entidade gestora, bem como a alocação das demais receitas provindas da gestão e actividade dos demais activos do grupo, nomeadamente da Zahara Imobiliária e da Zahara Indústria, para o alcance deste desiderato”.

Os gestores admitem que vão reestruturar a dívida para reduzir o elevado grau de exposição, que limita o nível de produtividade e o número de trabalhadores de 869 para 696 observados em um ano.

A instituição afecta ao Ministério das Finanças que tutela o SEP, a celebração, em Janeiro de 2022, do contrato de privatização n.º 05/2022, através da cessão do direito de exploração e gestão da rede de híper e supermercados da insígnia Kero, esta demostra que houve uma profunda reformulação e mudança de paradigma na definição dos objetivos estratégicos do grupo, que doravante passarão a ser: a gestão e acompanhamento do supracitado contrato celebrado com o novo operador e o pagamento da dívida histórica contraída nos anos anteriores, antes da integração do grupo no SEP.

Esta intenção está reflectida no relatório financeiro de 2022, indica que os empréstimos de médio e longo prazo não foram amortizados, mas também não foram contraídos novos acordos deste género: o valor em dívida mantém-se em 79,5 mil milhões de kwanzas para os anos 2021 a 2022.

A rubrica "Contas a Pagar" - normalmente associada às dívidas com fornecedores - mostra uma ligeira redução na ordem dos 101,2 mil milhões de kwanzas (em 2021) para 93,8 mil milhões, sendo que no mesmo ano os empréstimos de curto prazo baixaram de 4,2 mil milhões para 4,0 mil milhões de kwanzas.

O grupo afirma que “é expectável” que a situação “seja alterada durante o decorrer do presente ano”, com a retoma da actividade em pleno e em simultâneo de todas as lojas Kero e com a potenciação das receitas provindas da exploração dos activos do grupo, “em especial a rede Nosso Super”.

Entretanto, o contexto macroeconómico e o fraco crescimento económico, não irá proporcionar grandes mudanças nos padrões de consumo das famílias e empresas, sobre tudo aquelas mais afectadas pelo baixo rendimento que auferem e a galopante inflação económica que país enfrenta.


Fonte: Expansão

Incomoda situação financeira do Grupo zahara, declara falência técnica da corporação

A privatização da rede de hipermercados Kero que agora faz parte do Sector Empresarial Público (SEP) levou o Grupo Zahara a falência técnica, apesar de já ter reduzido os prejuízos entre 2021 e 2022, segundo relatório e contas da corporação.

Set 14, 2023 - 17:25
Incomoda situação financeira do Grupo zahara, declara falência técnica da corporação
© Fotografia por: DR
Incomoda situação financeira do Grupo zahara, declara falência técnica da corporação

Com a privatização dos hipermercados Kero, o grupo ficou sem a principal fonte de rendimentos, estando este confinado à gestão dos imóveis e terrenos que possui e, está actualmente a renegociar junto dos bancos comerciais os termos e condições dos financiamentos contraídos anteriormente pelas empresas do grupo, visando a sua reestruturação.

De acordo com o relatório publicado pelo Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), o documento da conta que, com a desestatização da rede “Kero” a entidade mantém-se em falência técnica, ou seja, “ficou sem a principal fonte de rendimentos” uma vez que o seu capital passivo total é maior que o activo total, o que significa que possuí um capital próprio negativo de 77,2 mil milhões de kwanzas.

O capital próprio negativo passou de 65,8 mil milhões, em 2021, para 77,2 mil milhões em 2022, um agravamento que augura dias difíceis para a gestão do referido grupo empresarial, segundo observou o Kieto Economia no gráfico publicado pelo IGAPE.

Em 2021, os prejuízos rondaram os 18,6 mil milhões de kwanzas, enquanto o último exercício económico (2022) ficou marcado por uma redução dos prejuízos avaliados em 11,4 mil milhões de kwanzas.

A equipa de gestores no relatório financeiro anual, explica que para mitigar a dívida das empresas que fazem parte do Grupo Zahara, o conselho de administração decidiu encaminhar “as receitas financeiras provindas da taxa de gestão e exploração das lojas Kero, pagos pela entidade gestora, bem como a alocação das demais receitas provindas da gestão e actividade dos demais activos do grupo, nomeadamente da Zahara Imobiliária e da Zahara Indústria, para o alcance deste desiderato”.

Os gestores admitem que vão reestruturar a dívida para reduzir o elevado grau de exposição, que limita o nível de produtividade e o número de trabalhadores de 869 para 696 observados em um ano.

A instituição afecta ao Ministério das Finanças que tutela o SEP, a celebração, em Janeiro de 2022, do contrato de privatização n.º 05/2022, através da cessão do direito de exploração e gestão da rede de híper e supermercados da insígnia Kero, esta demostra que houve uma profunda reformulação e mudança de paradigma na definição dos objetivos estratégicos do grupo, que doravante passarão a ser: a gestão e acompanhamento do supracitado contrato celebrado com o novo operador e o pagamento da dívida histórica contraída nos anos anteriores, antes da integração do grupo no SEP.

Esta intenção está reflectida no relatório financeiro de 2022, indica que os empréstimos de médio e longo prazo não foram amortizados, mas também não foram contraídos novos acordos deste género: o valor em dívida mantém-se em 79,5 mil milhões de kwanzas para os anos 2021 a 2022.

A rubrica "Contas a Pagar" - normalmente associada às dívidas com fornecedores - mostra uma ligeira redução na ordem dos 101,2 mil milhões de kwanzas (em 2021) para 93,8 mil milhões, sendo que no mesmo ano os empréstimos de curto prazo baixaram de 4,2 mil milhões para 4,0 mil milhões de kwanzas.

O grupo afirma que “é expectável” que a situação “seja alterada durante o decorrer do presente ano”, com a retoma da actividade em pleno e em simultâneo de todas as lojas Kero e com a potenciação das receitas provindas da exploração dos activos do grupo, “em especial a rede Nosso Super”.

Entretanto, o contexto macroeconómico e o fraco crescimento económico, não irá proporcionar grandes mudanças nos padrões de consumo das famílias e empresas, sobre tudo aquelas mais afectadas pelo baixo rendimento que auferem e a galopante inflação económica que país enfrenta.


Fonte: Expansão

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