Mais de 80% do crédito concedido pelos bancos comerciais em Agosto foi por ‘empurrão’ do banco central.

Até à data, poucos foram os projetos que passaram no crivo dos bancos para se candidatarem a um financiamento bancário. Até Agosto último, os bancos libertaram mais 5 biliões de Kwanzas em crédito, 88% dos quais devido à obrigação do Aviso 10 do BNA que obriga bancos a financiarem projectos que podem vir a alavancar a economia nacional.

Um total de 5,12 biliões de Kwanzas foi o quanto os bancos comerciais angolanos tiveram, até Agosto, em stock de crédito à economia, com 88% do dinheiro a ser libertado no quadro do Aviso 10 do banco central, que manda os bancos a cederem 2,5% dos activos para financiarem a economia nacional, medida que muitos bancos tem feito resistência face à complexidade de vários projectos. 

Os números são do Banco Nacional de Angola (BNA) e foram tornados públicos recentemente à margem da reinão do Comité de Política Monetária (CPM), mostrando também que os 5,12 biliões de Kwanzas em Agosto, representam

“Os créditos concedidos ao abrigo do Aviso 10 representaram 88% do stock de crédito total concedido pelos Bancos ao sector real da economia”, lê-se no relatório do CPM, do BNA.
Nesta reunião, o Comité de Política Monetária decidiu, entre outros, manter a Taxa BNA em 19,5%; manter a taxa de Juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez em 20,5%, além de manter a taxa de juro da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez em 18,5%. 

De acordo com o CPM, essas decisões justificam-se pela necessidade de manutenção de condições monetárias adequadas à desaceleração do ritmo de crescimento dos preços na economia e de redução das pressões inflacionistas no curto prazo. 

Também no encontro do CPM, o board do BNA analisou a variação mensal do Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN), que, segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas, manteve o curso de desaceleração iniciado em Maio, ao fixar-se em 1,61% em Agosto, contra os 1,68% de Julho, resultante da relativa melhoria da oferta de bens essenciais de consumo e da adequação do nível da liquidez à actividade económica. 

A variação do índice de preços da classe de Alimentação e Bebidas não Alcoólicas foi de 1,58% contra 1,86% em Julho, tendo contribuído para a desaceleração da inflação total. A contribuição da referida classe passou de 1,12 pontos percentuais para 0,95 pontos percentuais.

De salientar que cerca de 24 dos 732 produtos que compõem a matriz do IPCN foram responsáveis por 59,63% da variação observada, equivalente a uma contribuição de 0,95 pontos percentuais, onde se destacam, as inscrições e matrículas no primeiro ciclo do ensino secundário (0,16 pontos percentuais), a coxa de frango (0,11 pontos percentuais) e o carapau fresco e congelado.

A inflação homóloga fixou-se em 30,53% face aos 31,09% do mês anterior, iniciando uma trajectória descendente, que deverá prosseguir nos próximos meses, tendo em conta as condições actuais de liquidez e de oferta de bens essenciais de consumo.

Mais de 80% do crédito concedido pelos bancos comerciais em Agosto foi por ‘empurrão’ do banco central

Até à data, poucos foram os projetos que passaram no crivo dos bancos para se candidatarem a um financiamento bancário. Até Agosto último, os bancos libertaram mais 5 biliões de Kwanzas em crédito, 88% dos quais devido à obrigação do Aviso 10 do BNA que obriga bancos a financiarem projectos que podem vir a alavancar a economia nacional.

Set 23, 2024 - 12:07
Última atualização   - 12:12
Mais de 80% do crédito concedido pelos bancos comerciais em Agosto foi por ‘empurrão’ do banco central
© Fotografia por: DR
Mais de 80% do crédito concedido pelos bancos comerciais em Agosto foi por ‘empurrão’ do banco central

Um total de 5,12 biliões de Kwanzas foi o quanto os bancos comerciais angolanos tiveram, até Agosto, em stock de crédito à economia, com 88% do dinheiro a ser libertado no quadro do Aviso 10 do banco central, que manda os bancos a cederem 2,5% dos activos para financiarem a economia nacional, medida que muitos bancos tem feito resistência face à complexidade de vários projectos. 

Os números são do Banco Nacional de Angola (BNA) e foram tornados públicos recentemente à margem da reinão do Comité de Política Monetária (CPM), mostrando também que os 5,12 biliões de Kwanzas em Agosto, representam

“Os créditos concedidos ao abrigo do Aviso 10 representaram 88% do stock de crédito total concedido pelos Bancos ao sector real da economia”, lê-se no relatório do CPM, do BNA.
Nesta reunião, o Comité de Política Monetária decidiu, entre outros, manter a Taxa BNA em 19,5%; manter a taxa de Juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez em 20,5%, além de manter a taxa de juro da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez em 18,5%. 

De acordo com o CPM, essas decisões justificam-se pela necessidade de manutenção de condições monetárias adequadas à desaceleração do ritmo de crescimento dos preços na economia e de redução das pressões inflacionistas no curto prazo. 

Também no encontro do CPM, o board do BNA analisou a variação mensal do Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN), que, segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas, manteve o curso de desaceleração iniciado em Maio, ao fixar-se em 1,61% em Agosto, contra os 1,68% de Julho, resultante da relativa melhoria da oferta de bens essenciais de consumo e da adequação do nível da liquidez à actividade económica. 

A variação do índice de preços da classe de Alimentação e Bebidas não Alcoólicas foi de 1,58% contra 1,86% em Julho, tendo contribuído para a desaceleração da inflação total. A contribuição da referida classe passou de 1,12 pontos percentuais para 0,95 pontos percentuais.

De salientar que cerca de 24 dos 732 produtos que compõem a matriz do IPCN foram responsáveis por 59,63% da variação observada, equivalente a uma contribuição de 0,95 pontos percentuais, onde se destacam, as inscrições e matrículas no primeiro ciclo do ensino secundário (0,16 pontos percentuais), a coxa de frango (0,11 pontos percentuais) e o carapau fresco e congelado.

A inflação homóloga fixou-se em 30,53% face aos 31,09% do mês anterior, iniciando uma trajectória descendente, que deverá prosseguir nos próximos meses, tendo em conta as condições actuais de liquidez e de oferta de bens essenciais de consumo.

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